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sábado, 24 de outubro de 2009

Por enquanto

Estar em casa sempre vai produzir em mim a sensação de estar num lugar que é meu. É como se eu não precisasse de mais nada e tudo que eu encontro aqui me bastasse. Amanhã é meu aniversário e decidi me dar de presente minha família. Não encontrei nada melhor para esse domingo especial. Afinal, é sempre muito bom completar mais um ano de vida ao lado de quem realmente se importa com você... haja o que houver! E eu nem me preocupo com o tempo, se é pouco ou muito. Vale o tempo que for...

Hoje, dia 24, cheguei bem cedo na rodoviária do Rio. Gosto de viajar do lado da janela. Diante de todo incômodo de passar oito horas sentada, parece menos incômodo, se é que me entende. Mas tive que ceder meu lugar para um casal oriental que chegou com uma menininha. Eles estavam separados e pediram para eu trocar para que pudessem sentar juntos. Sem problemas, é claro! Quando que eu vou conseguir dizer não? Sobrou pra mim a cadeira do corredor. Passei as oito horas me contorcendo toda. Às vezes, quando o sono me pegava por um breve momento, eu despertava com dores nos ombros, perna dormente, lençol no chão e travesseiro sem a fronha. Incrível, porque nem na minha cama eu faço tanta bagunça assim. Ao meu lado veio uma menina que iniciou a viagem ouvindo música. Era engraçado porque horas ela, de olhos fechados, cantava trechos da música em voz alta. Acho que nem percebia. Procuro evitar ir ao banheiro durante essas viagens. Não gosto e acho a pior parte. É o mesmo que fazer xixi dançando uma coreografia de Axé Music. Nossa, desesperador! Mas não pude me conter. No ônibus também haviam alguns rapazes de uns 3 metros cada. Risos... Eram grandes e os rotulei de Os meninos do basquete. Não sei se jogam basquete, apenas imaginei. Então, indo para o banheiro naquela escuridão, tropecei nas pernas de alguns deles que estavam esticadas pelo corredor. Coitados. Não cabia naquele espacinho entre uma cadeira e outra. E eu ainda pedi desculpas. Não devia ser ao contrário? Quem quase caiu foi eu! Enfim, fui ao toalete e... Bem, cheguei ao Rio! Nada como um banheiro estático!

Fiquei em média uma hora esperando meu irmão aparecer. A rodoviária estava bem cheia e agitada. Acho interessante esses lugares porque por ali passa uma diversidade incrível de pessoas. Tem gente de todo tipo, cor, jeitos... Aí vi também cenas muito legais. Encontros, reencontros, abraços rápidos e demorados, beijos frios e quentes. Tinha gente ansiosa, dormindo pelos cantos, gente empolgada, gente correndo... Tanta gente! Mas eu gostei mesmo dessa coisa do reencontro. Aí já sabe, né? Fiquei pensando nos reencontros da vida. Pensei que a gente encontra as coisas por acaso ou porque procura. Ou mesmo porque tinha que encontrar. Na verdade não acredito no acaso. E reencontramos também pela mesma razão. E eu sinto que reencontrar alguma coisa, que talvez se tenha perdido em algum momento da vida, pode ser algo tão especial... Porque acho que só afirma o fato de que você não pode viver sem.

E a vida vem e passa cheia de ofertas arrasadoras para que você se sinta satisfeito ou se complete... com as milhares de possibilidades que ela tem pra gente. Mas aí você percebe que só pode ser feliz de verdade quando você reencontra aquilo que encontrou um dia e decidiu, por livre e espontâneo amor, levar contigo por todos os dias... dessa vida.

Sinto que estou vivendo um reencontro e dessa vez espero que não se perca...

A vida é feita disso... De encontros e reencontros...
Idas e vindas!
Obrigada Senhor...
Nada pode apagar o que o tempo escreveu dentro de mim...

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...

...Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...


Estou em paz...

e bem!

Aline:)

Um comentário:

Anônimo disse...

Não tinha lido ainda... de qualquer forma, ainda em tempo, digo que todos ficamos muito felizes com o seu retorno... a vida passou novamente a ter sentido pleno, uma vez que faltava vc perto da gente e esse sentido não se fazia por completo. Bom retorno, filha... A casa é e será sempre sua... Te amamos...