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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Dias melhores...



Brasileiro não sabe o que quer. Talvez por que ele não sabe quem é. E isso tem a ver com uma palavra que me acompanhou durante cinco meses na Eted: IDENTIDADE. Na busca, incansável busca, de descobrir quem eu era, aos poucos fui definindo o que eu queria de verdade. Não é complicado como muitos imaginam, mas é preciso entender. Sem cisma com a minha nação. Vou olhar para o mundo e ver que isso não é só uma questão daqueles que se "identificam" como Pátria Amada, mas de ordem planetóide. O homem é assim e viverá eternamente nesse cículo enquanto não encarar a si próprio. Acreditem, mas temos medo de olhar para dentro de nós mesmos. É muito mais fácil viver o que alguém construiu do que construir alguma coisa. Fazemos nossas incríveis modificações, porque assim achamos que são, e vivemos nesse cículo sem nenhum ideal que nos afirme como homem que fomos criados para ser.
Vivemos num mundo onde as pessoas estão 25 horas por dia questionando tudo e todos, mas como bom apressados que nos tornamos, não esperamos respostas e tiramos nossas próprias conclusões a partir do que vemos e vivemos, mesmo que sejam por momentos instantâneos. Nada de reflexão. Não temos tempo para isso. A sede pelo fazer é muito maior do que o fato de ter que pensar no como fazer. Tempo, tempo, tempo. Nasce o tempo e morre o tempo. NÃO SE VIVE MAIS! Pensando em nessas coisas e procurando ver como se encaixam, eu lembrei de um texto de Mário Quintana, que na verdade é pura poesia. Simples, mas faz pensar no valor que damos aos segundos e no que fazemos com eles:

- A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.-

Certo. Deu para aliviar um pouco. Poesia sempre me faz respirar mais calmo, até porque não estou falando nada demais. Ainda estou nessa descoberta e acredito que a diferença da minha vida para milhares de humanos é que estou tentando, pelo notório fato de ter entendido que isso é uma necessidade. Decidi não viver mais nesse "enorme vácuo existêncial". Queria saber. Queria saber tudo. De onde eu vim, para que eu estava aqui e para onde estava indo. Quando eu tive um "click" dessas coisas, fiquei absolutamente empolgada por descobrir que era possível trazer sentido à minha vida. Uau! Isso é demais! Gosto lembrar de uma das centenas de frases que ouvi e me marcaram nesse tempo: Deus te criou com a capacidade de pensar. Na construção dos meus "pilares", ter essa convicção me encorajava a insistir pelo que me foi dado gratuitamente e a assumir a responsabilidade pelo que foi dado aos outros também. Como ser consciente que tenho buscado ser, eu entendo que a vida vai muito além de um relógio no pulso, um diploma na mão e uma noite de prazer. O problema não está em viver tudo isso, mas em viver para isso. No dia que o homem entender o significado de todas as coisas e traduzí-las com sentido, razão e emoção para sua vida(tudo bem equilibrado), os "dias melhores" tão esperados por J 'quest e Nando Reis, vão chegar e serão aplaudidos de pé por cada um que teve um encontro com a verdade... Aquela que liberta! É por aí... Dias melhores para sempre!