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Amoreira

Amora é o feminino do amor. Quando eu era criança, vez ou outra, puxava o galho de uma amoreira que tinha em frente lá de casa. Pegava umas três. Era o que dava. A dona às vezes gritava: "Sai daí menina!". Mas ela sempre estava meio azeda. A amora e a dona da amoreira.


Aline é de outubro. Mês da primavera. Uma garota de 23 anos que pensa mais do que faz. Prefere o silêncio, apesar da mente inquieta. Pra ela não existe nada melhor do que uma boa macarronada. Macarrão de todo tipo. Tem pai, mãe e um irmão. São os melhores e isso é indiscutível. Vive no Rio de Janeiro, a única cidade carioca do mundo e é fã desse lugar. Há alguns anos vem tentando, entre palavras, fazer sua voz ecoar por aí. Não que seja agradável de ouvir, mas tem hora que acha que é boa pra se ler. 


Aline é uma garota muito ansiosa e escolheu uma profissão que não contribui muito para que esse sentimento seja controlado. Mesmo assim, encontrou na comunicação a oportunidade de lutar por aquilo que acredita. Escreve porque pensa ser essa a sua melhor forma de expressão e é apaixonada por isso. Já falou muito. Hoje, fala um pouco menos. Teve algumas experiências que marcaram sua vida e, por isso, às vezes se acha uma pessoa muito esperta. Só acha. Já defendeu algumas heresias, ensaiou a unção do riso desmedido e "voou como águia". Manifestações espontâneas e dispensáveis deixadas para trás, agora é da teoria de que Deus não é surdo e de que, certamente, não se agrada com a insanidade. Mas equilibrada e passional, não discute a fé. Pensa ser algo pessoal demais pra ficar dando pitaco. Está em constante transição. Uma vez, leu num ímã de geladeira a seguinte frase que disse ter sido escrita pra ela: Sempre soube o que queria, mas vivo mudando de idéia. 


Não acredita em lendas nem em extraterrestres, mas cai em tentação no natal quando o assunto é o bom velhinho: "Será?". Vê o mesmo filme incansavelmente, a ponto de decorar algumas falas. Tem a coleção quase completa dos Tazos do Bob Esponja, não bebe refrigerante e acha que "3D" é o mal do século, atual e vindouro. 


Aline compartilhou sua vida em Jocum, investindo seu tempo na busca de respostas e soluções para uma sociedade mais justa e capaz de cultivar a igualdade e o respeito entre todos, independente de quem seja, através de uma cosmovisão bíblica. Reconhece que o cristianismo tem espaço, sim,  para elaborar novas possibilidades para a vida contemporânea. Acredita no amor, na paz mundial e que Deus vai levar todo mundo que é bom pro céu, onde vai ter balanço e ela não vai precisar ficar provando nada pra ninguém. Atualmente, ela cursa Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e sente muitas saudades de tudo que fazia acima! E de todos também...


Ela tem "todos os sonhos do mundo" e como costuma dizer, o seu mundo não é rótulo. É puro conteúdo. Aline é Moreira. Aline Moreira. Amoreira.
Amora é o feminino do amor.