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sábado, 16 de fevereiro de 2008

Um sonho na Avenida... é Carnaval!

Há tempos venho querendo dedicar o meu tempo para escrever algo sobre o carnaval. Sei que muitos já escreveram muitas coisas, mas ninguém ainda falou em algum jornal ou revista o que eu penso sobre isso. Por que será? Bem, a verdade é que quando criança uns de meus sonhos infantis era desfilar na avenida. Claro que o meu samba era único (risos). Recordo-me quando o grupo “É o Tcham” saiu disparado na mídia encantando milhares de “loirinhas e moreninhas” com seu conjuntinho de top e um micro short azul e preto, acompanhado de um grande homem denominado JACARÉ. Quem não se lembra disso? Se você tiver minha idade vai se encontrar nessa história também, ou não. Minha mãe nunca permitiu que eu me fantasiasse com essa intenção. E eu lá queria saber que isso não era comportamento Cristão? Meus olhos brilhavam em ver minhas primas comprando seus conjuntinhos para dançar nas noites carnavalescas. Meu coraçãozinho de menina acelerava quando eu as via ensaiando ‘’Segura o Tcham’’. Eu bem que tentava, mas nunca levei jeito para o negócio. Ainda bem. Não sei onde eu estaria hoje caso minha mãe tivesse concordado com um capricho ilusório meu. Talvez Sheila Carvalho tivesse perdido seu posto para uma estrelinha da baixada. Vai saber!?

Todas aquelas fantasias, glamour, alegria, músicas, passos, brilhos e pandeiros sempre me foram motivos de admiração. Você pensa que eu queria fazer parte de alguma das alas para andar a noite toda? Claro que não! Eu queria a parte mais alta de um carro alegórico para sair mandando beijos e dando tchau para um bando de desconhecidos. Ah, era demais segurar naquele bastão e ficar balançando uma das mãos como se fosse uma Miss. Então eu pensei em como seria usar uma fantasia daquelas rainhas de bateria, mas quando eu vi como a parte de baixo tinha que ser vestida, ou melhor, encaixada, eu desisti do meu sonho brasileiro de fazer parte daquela folia alegre. Sinceramente, carnaval nunca foi a minha praia. Preferi buscar meu sol em outros ambientes festivos. E sobre o conjuntinho azul, acredito que as dançarinas agradeçam todos os dias pela evolução acelerada que a moda tem. Muito bom, hein? Apesar de todas essas peripécias em minha mente, eu nunca deixei de gostar desse evento, mesmo com toda apelação que essa festa tem vivido nas últimas décadas, ainda encontro coisas bem bonitas e inteligentes para serem admiradas. Afinal, é fruto de muito trabalho e criatividade de pessoas que se esforçaram e foram capacitadas para que tudo isso acontecesse, porém eu imagino um carnaval diferente.

Comecei a pensar no porque as pessoas passam um ano inteiro ansiosas e esperando por uma noite que passa tão rápido que elas mal sentem. Pensei em qual seria a motivação de seus corações em entrar num imenso corredor iluminado ao som de uma célebre bateria (acho lindo o som que a bateria faz) e vestidas com roupas que pesam mais que seus corpos. Umas nem tanto, eu sei. Umas nada, também sei. Tudo isso por umas horas de emoção e satisfação para o ego. Certo. Talvez seja bom, mas e depois? O que elas conquistam e constroem com isso? Famosos, uma capa de revista, uma matéria jornalística ou uma tarde inteira sendo notícia num programa de fofoca, digo, de comunicação. Isso faz parte da vida e carreira que escolheram para seguir, mas e os outros? Estive pensando nisso e ainda busco respostas. Se tiver, por favor, compartilhe. Todas essas coisas me levam a acreditar numa possível transformação que pode ocorrer nessa celebração anual. O “Arte e Vida” de Jocum têm sonhado bastante com essa possibilidade. Posso contar no dedo o que deveria ser mudado: Fantasias sem intenção sexual, temas clássicos e de aceitação geral para as escolas, um enredo que elevasse o nome do Criador, nada de bebidas e drogas e nada de camarotes. O lance aqui seria integração total. Gostou não é? Só que tem algo que vai muito, muito além disso. Lembra da questão da motivação que eu falei um pouco acima? Isso ainda seria o principal, mesmo com toda a redenção do carnaval. Eu penso que eles não têm um motivo para fazer o que fazem, senão o prazer próprio. É um momento, um êxtase, uma explosão de euforia. Um carnaval redimido eu celebraria a vida porque eu entenderia o significado de viver. Eu celebraria os amigos porque eu entenderia o valor da amizade e que não preciso de um “Martine” para ficar feliz com meus companheiros de festa. Eu iria sambar sem precisar rebolar minhas curvas exageradamente (ou de maneira alguma) e expor a minha natureza. Minhas canções teriam sentido e quando eu saísse daquele lugar, eu continuaria festejando o resto do ano, porque se entendo que nascemos e vivemos com propósitos, logo teria infinitos motivos para fazer de todos os meus dias uma noite na avenida!

Ouvi alguém dizer que quando entrarmos no céu vamos entrar com um samba. Gostei disso e o melhor é que esse desfile já será o da campeã. Interessante, não acha? Sem competições, entenda que isso não é preciso! Eis a minha esperança Deus... Se eu não conseguir realizar meu sonho de menina aqui na terra, vou te encontrar com samba no pé. Nossa... Consegue imaginar?
Tum-tum-tum...

O meu Rio é carioca!!

Nos últimos dois anos tenho pensando carinhosamente na cidade do Rio de Janeiro. Apesar de ser carioca e de sempre ter admirado essa maravilha de lugar, o rio nunca antes despertou minha atenção para o que ele tem de mais bonito: Os corações que batem aqui. Quando eu olho para a situação dramática que muitas pessoas têm enfrentado em seus cotidianos, vejo duas máscaras como aquelas teatrais, uma alegre e outra triste. Para mim não importa o que seja preciso, eu quero ver o Rio sorrir. É muito bom ouvir Deus te chamar para fazer parte dessa transformação. Só de pensar na incrível pluralidade de possibilidades que esse lugar oferece, eu penso que poderia passar o resto da minha vida co-criando e buscando com Deus melhorar, senão mudar, a vida de cada cidadão que faz parte dessa realidade. Todos os dias tenho buscado entender qual é a minha porção em tudo isso. Se penso em meus talentos e no que Deus me chamou para ser, eu dou voltas em minha mente para tentar encaixar minhas peças nesse quebra-cabeça chamado justiça e transformação. Engraçado é que quando me perguntam sobre o que vou fazer agora que terminei minha Eted, eu respondo onde e com o que (quem sabe?), mas que ainda estou descobrindo como. Talvez leve tempo, ou não, mas eu quero muito ser parte de tudo isso com o melhor que eu sei fazer. Sinceramente, eu acredito que se Deus me convidou para esse trabalho, é porque tem um lugar a ser preenchido por mim lá. Sorrio só de pensar...

Minha paixão pelo único lugar carioca do mundo (risos) vem ganhando mais intensidade a cada vez que deparo com vidas e histórias construídas ou destruídas aqui. Por mais que eu pense em outras nações e no quanto eu poderia fazer em “lugares não alcançados”, eu procuro fazer, nesse momento de minha vida, do Rio a África dos sonhos de muitos. Não que ela nunca tivesse sido sonho meu, mas eu não posso em minha caminhada passar por vidas e dizer: Vou tratar de uns problemas ali, em outro continente e depois eu volto para cuidar de vocês. Jesus jamais faria isso. A cada passo que Ele dava, para chegar a algum destino, Ele se importava com tudo e todos que encontrava em seu caminho. Logo, não quero ser negligente com as vidas pelas quais fui responsabilizada. Não mesmo. Eu amo a idéia de entrar numa comunidade, seja ela Borel, Parada de Lucas, Complexo, a que for e viver com aquelas pessoas. Fazer parte de suas vidas e mostrar que é possível mudar, ter dignidade, respeito, integridade... Mostrar que são mais importantes do que possam imaginar. Eu sempre peço à Deus que isso não seja “sede” de iniciante, mas sim algo para me motivar a lutar por tudo enquanto eu tiver parte com os sonhos e realizações que Ele quer que aconteçam aqui. Enquanto houver vida, eu acredito que é possível.

Na minha convivência com pessoas e situações comuns, tenho visto que um dos maiores problemas que influenciam para contrastes e desastres ocorridos no Rio de Janeiro e no mundo, está na má (ou falta de) educação. Isso é um fato, e contra fatos não há argumentos. Pessoas “educadas” não roubam, não matam, não se prostituem e não respondem aos mais velhos. Não enganam, não jogam lixo no chão, não são violentas e não saem por aí arrastando crianças pelo asfalto como se fossem latinhas de refrigerante num carro para recém-casados. Pessoas “educadas” entendem que a vida vale mais que tudo. Eu quero ver o Rio diferente. Deus quer ver o Rio escrevendo uma nova história. Acho que essa é minha sina. Quem sabe?

É meio que por aí... Vim ao mundo, digo, vim ao Rio pela Justiça e Transformação dessa cidade. Eu sei que restam muitas barreiras ainda a serem rompidas, mas também sei o quanto eu quero que isso aconteça. Sempre falo que querer já é um grande passo. Pode ser que um dia (bem distante) Deus me revele outros ares, outras caras e línguas. Pode ser que um dia eu tenha a honra de ver a cidade do sol redimida... Nossa, me dá um frio na barriga só de pensar! Existe um sonho chamado Rio de Janeiro e ele precisa ser realizado. Amo muito tudo isso!

Aline Moreira.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Impacto de Carnaval - JOCUM

Dessa vez foi em Macaé.

No dia 1º de fevereiro de 2008 chegava em Macaé uma galerona de Jocum Rio. O impacto de carnaval que é realizado todo ano aconteceu lá, litoral do único lugar carioca do mundo. Foi o primeiro que participei e vi Deus fazendo coisas maravilhosas durante esses quatro dias. Além de Jocum Rio, faziam-se presentes uma turma de Eted de BH, composta por gentes, tipos e fatos. Tinham Holandeses, Ingleses e uma brasilidade de dar gosto. Também uma equipe jovens Venezuelanos etiveram com a gente. Ô povo divertido! Engraçado foi a variedade de línguas, não estranhas, ao menos para os que entendiam alguma coisa. Faz parte dessa vida, não é? A proposta foi falar sobre violência, já que Macaé é o quinto município onde existe o maior índice de assassinatos entre jovens de 16 a 24 anos e muitos outros motivos dentro deste mesmo assunto, entre eles violência contra a mulher, exclusão social, infantil, etc. Em nossas camisetas estava escrita a palavra: BASTA. Tínhamos faixas com informações e frases que reflexivas, como a que mais chamou atenção das pessoas:

"Macaé é o 5º município onde existe o maior índice de assassinatos entre jovens de 16 à 24 anos.
O QUE ESTAMOS FESTEJANDO?"
Não precisa falar mais. Entendendo que Deus criou o homem com a capacidade de pensar, eu imagino que os que leram ficaram com seus parafusos rodando acelerados dentro de suas mentes! Que bom por isso! Também com música, dança, atividades esportivas, recreação com os "pimpolhos" e muita conversa com as pessoas, tenho plena convicção de que Deus se manisfestou naquele lugar. Jocum não esteve só neste evento. Junto, se fizeram presentes algumas igrejas que entenderam a necessidade da cidade e decidiram ouvir o que Deus queria delas e não simplesmente se maquiaram atrás de um retiro, dito espiritual. Isso sim é o Reino de Deus! Quando eu vi no culto de abertura os pastores reunidos à frente, eu imaginei o dia que isso acontecer em todo o mundo. Nós não fazemos idéia do que a unidade das igrejas representa para Deus. Eu me lembro de quando Jesus estava na ceia com os discípulos os instruindo e disse que coisas muito maiores do que Ele fez, seu povo faria. Disse que não nos tirasse do mundo, mas que nos livrasse do mal. Quando eu olho para um retiro de carnaval, vejo os cristãos absolutamente cegos e imaturos quanto ao que Deus nos chamou a fazer, mas como eu ia dizendo... Nada melhor do que fazer a vontade Daquele que nos fez!
Durante esses quatro dias nos reunimos na praia. Fomos divididos em equipes e cada uma trabalhava com um tipo de pessoa, diante das atividades realizadas citadas acima. Era muito bom poder conversar com alguém e ouvir o que pensava sobre assunto. Saber como anda a opinião dos outros sobre o que acontece no mundo é importantíssimo para aqueles que querem ver corações redimidos, já que isso envolve seres humanos e não robôs. Encontramos os indiferentes, os "não sei" da vida, os esperançosos, os questionadores, os pessimistas, os contraditórios... os crentes! Realmente foi curioso ouvir algumas coisas. No penúltimo dia chovia muito e isso dificultava o nosso trabalho, mas não nos impedia. À noite fomos ao lugar onde acontecia um desfile de escolas de samba. Acreditem, lá não estva chovendo. Eu confesso que pensei: O que vamos fazer? Estender as faixas? As pessoas não vão parar para nos ouvir, afinal hoje é o dia que elas tanto esperaram durante quase um ano inteiro. Mesmo assim fizemos noss parte. Estendemos as faixas e não diferente elas liam e saíam com suas caras esquisitas. Só Deus para saber o que pensavam naquele momento. Tcham,tcham,tcham,tcham... Algo LOUCO demais aconteceu! Permitiram que a gente entrasse com toda a galera e as faixas na avenida, logo após a apresntação de uma das escolas. Só quem estava lá pra descrever como foi a sensação de ver ver que Deus fazia parte daquele momento. A galera entrou na avenida. Nossa escola gabaritou... Unidos de Jesus Cristo: 10!!! Aí, sambamos pro Rei! Ele mereceu cada passo feito, fosse ele desajeitado ou no "esquema". Fizemos com o coração. Quando eu conversava com uns meninos de Jocum, eles disseram algo que eu achei muito interessante e verdadeiro. As pessoas esperam que nós apresentemos estratégias, e não imaginam que estratégia é você fazer o que foi criado para fazer. Não existe um programa! Alcançar vidas, depende inteiramente daquilo para o qual Deus te fez. Para o que você nasceu? E ouvir isso foi divino, pois acho que se todos fizessemos extamente o que fomos criados para fazer, seria bem mais fácil trazer o entendimento do Reino de Deus.
Depois dessa eu acredito que Macaé nunca mais será a mesma cidade! Plantamos sementes, cada um a sua porção e assim, lá na frente, vamos ver um imenso jardim, repleto de flores e iluminado pelo intenso clarão do sol. Rendo graças por esses dias e por ter podido fazer parte de mais uma ação do que move céu e terra. Do que está com a gente nas alturas e nas profundidades... Em cima de uma árvore ou talvez na beira de uma praia quando falamos pra alguém de um homem que morreu um dia para nos salvar. À Ele todo louvor!