Poema de Aline (I)
Aline me pegou chorando
Seus olhinhos de anjo pareciam entender o motivo.
Ela não sabe que gente grande tem destas coisas
Coisa de chorar a toa, de sofrer por nada.
Mas Aline não é boba e, embora tão inocente, tão pequenina, sabe que não choro a toa...
Que a razão é tudo.
Ah!, se Aline soubesse que“aqui em cima” é tão ruim, nem viria pra cá.
Ficaria lá embaixo, eterna criança, feito Peter Pan da terra do nunca
A voar com pózinho mágico ao dizer Plim Plim.
Faz-de-conta Aline
Faz-de-conta e dorme...
Fica assim não...
Gente grande tem dessas coisas.
Poema de Aline II
Desta vez fui eu que peguei Aline chorando.
Virei-a de bruços e comeceia cantar canções de fazer dormir.
Atirei o pau no gato umas dez vezes e Aline... nada.
Cheguei a ameaçá-la dizendo que se não dormisse, a “cuca” viria pegá-la, e Aline... nada.
Cansei de “ir no tororó” beber água e não achar, e quando voltava, lá estava Aline...
Olhos arregalados a me espiar.
Com as mãos eu batia devagarinho nas costas de Aline...
E o sono que me dominava ia aos poucos contagiando a pequena.
Aline dorme. Levanto-me bem devagar, a respiração presa, silêncio total e quando vou saindo bem de mansinho...
Aline abre um olhinho só e me espreita, recriminando.
E com um sorriso me deixa ir em reconhecimento ao meu cansaço e ao sono que me rouba.
Aline :)