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sábado, 17 de janeiro de 2009

O tempo nosso de cada dia

Ela sente falta daqui. Falta tempo! Aline está vivendo uma nova "era". Uma novidade de vida. Como nunca antes, ela tem caminhado dando passos a cada tic-tac que marca um relógio. Parece que quando se faz algo "importante", a terra gira mais depressa, o sol desaparece e tão logo a lua chega e vai-se embora. Por esses e muitos outros motivos, Aline tem buscado encontrar novos ideais, novos projetos e novos hábitos. E por mais extremo que pareça, tem feito bem a essa garota. Foi preciso certas coisas acontecerem!

Pensar assim tem me feito refletir sobre o "Tempo"...
Dele já tirei poesias, textos, canções... Já dediquei, pedi, perdi... Já corri, busquei, encontrei. Percebi que somos feito um pouco dele também. Dele somos movidos. É ele quem nos sucede e antecede. Nele tudo começa e tudo tem um fim. Com ele construímos, sentimos e inventamos. É no tempo que encontramos a razão. É com o tempo que lapidamos nossa alma. E o tempo sempre nos faz esperar, afinal todos nós esperamos por algo, nem que seja pelo novo tempo que de segundo a segundo se aproxima de nós. A ele culpamos, por ele clamamos... com ele aprendemos. É no tempo que a vida se renova.

Então trazendo essa idéia para o século XXI, eu vi o quanto nos sujeitamos a ele sem sentir. E não é uma sujeição que gera em nós um sentimento de humilhação ou desprezo, mas sim de devoção. O tempo é o senhor do nosso destino e todas as coisas que acontecem dependem dele para existir. Pense comigo: Nós dividimos o tempo em séculos, décadas, anos, meses, dias, horas, minutos e segundos. Um ano tem 12 meses, que totalizam em 365 dias, 8760 horas e não esperem os minutos... Não tenho tempo para isso. Daí, uma sociedade como a nossa, brasileira, diversificada, tropical e acelerada cria uma infinidade de atividades que vão "mascarar" a corrida do tempo. Assim, não sentimos tanto com a sua partida que não pàra.
Começamos com um feriado mundial pela paz - Um dia suspenso de suas atividades comuns e trabalhistas onde a maioria dos seres comem e dormem. Não se fala em paz. Daí é verão. Tira-se férias - Período de descanso a quem tem direito empregados e estudantes. Então gasta-se com viagens, comidas, biquínis, sungas e cangas. Nessa época o tempo parece estar lento. Anuncia-se o Carnaval: Período de festa, folia, popularidade, muita cerveja, abadás, sexo livre e Aids. O "Volta às aulas" está no ar. Gasta-se com matrículas, material escolar, tênis novo e paciência. Mulher... eis o seu dia! Jóias, flores e perfumes."Coelhinho da Páscoa o que trazes para mim?". Um ovo, dois ovos, cinco caixas de bombons, umas barras de chocolate e um Chocotone que foi encontrado numa "mega promoção". Ganha-se quilos e vai tempo numa academia. Aparecem alguns feriados movidos a churrasco, shopping, preguiça e capitalismo. Mamãe, aquela que gera e que às vezes se pudesse "desgerar" o fazia!! Mas mãe também é mulher e...
Bem, não importa! Mais jóias, flores e perfumes, por favor!
Deixa eu dizer que te amo... Deixa eu gostar de você. Também tem o tempo dos "apaixonados", melosos, eternos e chatos. Daí é uma "santidade" casta. São Pedro, João e Antônio resolvem dar o ar da garça também na vida temporã dos mortais. Pai... pode ser que daqui a alguns anos... larálarálará! Mais uma gravata para enfeitar um guarda-roupa. Rapidamente recordamos da Independência da nossa Pátria Amada e alguns correm desesperadamente para oferecer as guloseimas que São Cosme e Damião mandaram dar para as crianças. Bonzinhos eles, não? Devem ser amigos de Papai Noel. Ah, o professor também tem um dia muito legal. Neste salvam-se os alunos, faxineiras e perde o pipoqueiro que passa um dia sem lucrar com seus milhos saltitantes.
Chegamos em novembro. Não se fala em outra coisa. Revistas, jornais, tv aberta e fechada, internet, carros de som, shopping, rua da Alfândega (que loucura!), peru, bacalhau, casa da vovó e um vestido novo. Já é Natal. Meu Deus, nem vi o tempo passar... E o tempo nem percebeu o quão distraída eu estava, porque ele não pàra!
Bons tempos pra você! Só cuidado pra não tropeçar...
Tic-tac, tic-tac...
Paz e Bem.
Aline:)