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domingo, 30 de agosto de 2009

Tele(sem)visão

Ei... assim dizem os capixabas. Carioca fala oi, beleza, e aí, já é, pois é, então...

Comigo acontecem umas coisas...

Alê me emprestou uma televisão até que a minha chegue lá do Rio. Ela é uma Tv tranquila, até que um dia ela decidiu parar do nada. Tudo bem. Era fim de semana e eu nem estava em casa para assistir. Mas daí a segunda chegou. Já era noite quando eu tentei ligar outra vez e só se ouvia as vozes. Nada de imagens. Alguns segundos e pronto! Ela voltou ao normal. Vinha muito bem nas últimas semanas quando outra vez: Pluctplactzumzumzum&%$#@*. Ela parou! Era sábado e eu estava de saída. Nem liguei. Pensei: Ah... segunda ela volta. Passei o domingo tomando um sol e saí o resto do dia. Pra que televisão?

Pois é! Chegou segunda, fui trabalhar e ela nada. Cheguei tarde em casa, sem sono e quando fui tentar ligá-la, nada outra vez. Deixei a luz vermelha piscando pra lá. Uma hora ela voltaria. Fiz o que tinha que fazer, preparei algo pra comer e de repente... vozes. Yes! Teria Tv pra assistir. Mas eram só vozes. Gente, que agonia! Eu sentada na cama ouvindo altos papos em Caminhos das Índias. Tenha dó... Me senti como se estivesse ouvindo aquelas novelas de rádio, sabem? Alguém poderia me dizer a cor do Saree que Maya estava usando? Fiquei curiosa...

FAMÍLIA CARIOCA... dá pra mandar a Tv pelo Drigo esse fim de semana? Amo vocês!

Paz e bem.
Aline.

Kangoo... nosso cahorrinho carioca.

Saudadão fofo... love you!!
Paz e Bem...
Line.

De que lado você está?

“Que diferença faz o que você tem? O que você não tem é muito mais.” Essa é uma frase de Sêneca, um filósofo romano, nascido em Córdoba pouco antes de Cristo. Casualmente folheava uma revista de “nacionalistas inconformados” e encontrei esse pensamento entre um meio fútil, consumista e capitalista ao extremo. Achei ideal para o ambiente em que ele se encontrava. Não há uma só página que não seduza nossos olhos com tanto luxo, riqueza, prazer e vaidade. Uma sociedade enxuta pelo falso poder que adquirem com o cifrão que rege suas vidas. Pessoas que são avaliadas pelo que elas possuem de maneira palpável e que de alguma forma vai fazer com que elas se sintam melhores em todos os sentidos. A Era em que vivemos movimenta uma disputa difícil e acirrada entre os homens: TER x SER. Há tempos foi dada a largada. De que lado você está?

Comecei a perceber como nós priorizamos coisas dispensáveis. Absolutamente. Acho que na verdade é que até as julgamos importante, mas como o homem não sabe julgar, se perde em seus anseios e possibilidades. Se um dia entendermos que podemos viver com o suficiente, a desigualdade entre as pessoas não será mais vista como um discurso político. Já não se fala mais em desigualdade como antes. Tornou-se algo igual. Infelizmente. Ninguém gosta do suficiente. Nunca é o bastante. Nós estamos passando por uma severa globalização pós-industrial. O fato do homem está constantemente adequando-se a essas mudanças, que exigem novas abordagens, novos conceitos, nos pede que acreditemos numa transformação de mente, um reposicionamento no tempo em que vivemos. Mudança de valores implica em muito mais do que uma simples conversa ou uma palestra motivadora. É questão de tempo dedicado à pessoas e investir em pessoas, de maneira intencional e relevante, é hoje um grande desafio. Pensar em consumismo nos transporta a uma dimensão muito real, onde o que você possui representa aquilo que você é. Isso não é bom, mas é um fato.

Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, na maioria das vezes, sem consciência. A diferença entre o consumo e o consumismo é que no consumo as pessoas adquirem somente aquilo que lhes é necessário para sobrevivência. Já no consumismo a pessoa gasta tudo aquilo que tem em produtos supérfluos, que muitas vezes não é o melhor nem o que ela precisa, porém é o que ela tem curiosidade de experimentar. A explicação da compulsão pelo consumo talvez possa se amparar em bases históricas. O mundo nunca mais foi o mesmo após a Revolução Industrial. A industrialização agilizou o processo de fabricação, o que não era possível durante o período artesanal. A indústria trouxe o desenvolvimento, num modelo de economia liberal, que hoje leva ao consumismo alienado de produtos industrializados. Além disso, trouxe também várias conseqüências negativas por não se ter preocupado com o meio ambiente. Eis aí minha disposição em promover sustentabilidade. A Revolução Industrial do século XVIII transformou de forma sistemática a capacidade humana de modificar a natureza, o aumento vertiginoso da produção e por conseqüência da produtividade, barateou os produtos e os processos de produção, com isso milhares de pessoas puderam comprar produtos antes restritos às classes mais ricas, e olha que nem incluí a máfia da “pirataria”.

A sociedade capitalista da atualidade é marcada por uma necessidade intensa de consumo. O que gera em mim uma falta de expectativa de que o ser humano entenda o seu verdadeiro valor, é exatamente a influência que tudo isso tem tido sobre a vida dos jovens, principalmente. E isso independe da classe social em que ele vive. Hoje, vale muito mais a roupa que ele veste, o tênis que ele usa e os lugares que ele freqüenta do que os ideais que o sustenta. O valor do homem deve se firmar naquilo que ele é, não nas coisas que ele tem. Sinto que a cada dia que passa, o sistema capitalista tem conseguido promover mais o lado negativo do que qualquer positivismo que ele possa apresentar. Vale a pena refletir sobre em que estamos construindo nossas vidas e quais os legados que vamos deixar para as gerações futuras. Mesmo com toda pressão que o mundo tem exercido sobre nós, somos capazes de equilibrar e pensar num “todo”, de maneira consciente e justa. Se agirmos com indiferença, seremos apenas um acréscimo no imenso coral da humanidade. Sei que o mundo não vai mudar da noite para o dia, mas querer ser parte dessa transformação, é um começo. Albert Einstein disse uma frase que levo comigo por onde vou: “Uma mente que se abre a uma nova idéia, jamais retorna ao seu tamanho original.” Abra a sua mente e faça a escolha certa. Você é responsável pelo mundo em que vive. Afinal, onde está firmado o seu valor? Nas coisas que você tem ou naquilo que você é? Pense nisso!


Paz e Bem...
Aline Moreira.

Converse com Aline: aline.rodriguez@hotmail.com

O ideal que nos sustenta

(Como tem gente que não tem acesso ao jornal, a partir de hoje passo a divulgar no blog os textos que escrevo para "O Redator", no Rio de Janeiro.)

- Assim que Barack Obama tomou posse da presidência dos Estados Unidos, saiu uma reportagem num jornal apresentando o homem que estava por trás do seu discurso. O rapaz tem 27 anos e fez com que cada palavra dita pelo presidente ecoasse pelos continentes cheias de esperança. Naquele dia esse sentimento foi contagiante. Quando li sobre aquele jovem me senti motivada, afinal pensar em escrever o discurso do meu presidente é algo inspirador. Como se fosse um pôster, colei a reportagem na porta do meu guarda-roupa.

É a primeira vez que escrevo para um jornal. Escrever para mim é uma questão de expressão, sina e necessidade. Gosto do que faço e faço porque amo. Quando surgiu essa oportunidade, ela veio acompanhada da liberdade de expressão. Todo comunicador que se preze, tem isso como um grande alvo em sua carreira. Geralmente é determinado um assunto para o escritor e na maioria das vezes está relacionado a algum acontecimento de ordem nacional ou que esteja fluindo pelo mundo afora. Escrevemos para um perfil que gosta do que é notícia, do que movimenta a sociedade e gera curiosidade. Assuntos que atraem a multidão. Por isso, acredito que hoje o comunicador está um pouco adestrado por esse sistema e quando ele ganha liberdade para escrever para esse público, surge uma interrogação. Não é coisa que acontece com todos, mas estou falando de algo que faz a humanidade caminhar. Enfim, eu ganhei essa liberdade e isso é muito bom. Diante disso comecei a pensar no contexto social em que vivo. No estilo de vida que os jovens da minha região levam, das coisas que eles gostam, da realidade que enfrentam nos seus dias de sol e chuva com ônibus cheios e um “pancadão” domingo à noite numa casa de festas. No nível de vaidade que consome suas vidas, suas expecativas e perspectivas. Se elas existem ou não. Na desigualdade, na maneira como eles tem buscado se inserir num mundo pós-moderno, onde a tecnologia moderna já não é mais novidade. Pensei nas mentes cheias e nas mentes vazias, onde ser “orkuteiro” de plantão é moda. Porém, não! Eu não tenho orkut. Por decisão, antes que se tornasse uma necessidade como já é para a maioria.

Uma diversidade de possibilidades. Poderia escrever sobre todas essas coisas aqui e mesmo assim talvez não fosse o ideal. Afinal, o que é ideal para os jovens de hoje?
Tenho buscado ler um pouco sobre *Sustentabilidade. É um assunto de extrema importância e muito interessante, mas que infelizmente não interessa o bastante a ponto de influenciar no comportamento das pessoas e na mudança de mentalidade. Somente os seres elevados conscientemente são capazes de compreender a necessidade de ser sustentável. Isso me fez refletir em até que ponto as pessoas da nossa cidade são conscientes e disciplinadas o suficiente para fazerem a diferença diante das necessidades do nosso planeta.

Estou percebendo como mínimas atitudes podem trazer benefícios para o futuro. Mas falar sobre futuro com jovens que tatuam “Carpe Diem” em seus corpos pode ser um desafio. A verdade é que nós nos importamos o mínimo com tudo isso. A campanha que fizeram a pouco tempo chamada “A hora do planeta”, foi uma iniciativa muito nobre. Imagino que ações como essa, poderiam fazer parte da nossa rotina. Como disse uma dia Mahatma Gandhi, precisamos ser a mudança que queremos ver no mundo. Todos os desastres naturais que temos visto acontecer tão de perto, são resultados da nossa ignorância e negligência com algo que, por incrível que pareça, precisamos para nossa sobrevivência. Por essa e outras, vale a pena investir nosso tempo em boas ações na luta pela preservação dos patrimônios naturais que a vida dá para a gente. Daí você pergunta: E o que eu tenho a ver com isso? Tudo! A terra é quem te sustenta. Numa de suas campanhas publicitárias, a Ong Greenpeace nos trouxe a seguinte reflexão: “Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado e quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come...”

Boas idéias movem o mundo. Faça o seu movimento. Pense nisso!

Paz e Bem...
Aline Moreira.

*Sustentabilidade é um conceito sistêmico relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, seus membros e suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideias.

Converse com Aline: aline.rodriguez@hotmail.com