
A frase que atravessa décadas, é de Meher Baba, um guru espiritual indiano que declarou na década de 50 que era o Avatar da idade, ou seja, a reencarnação de Deus. Em sua biografia, conta que ele gostava da poesia de Hafez, um poeta persa, e dos ingleses Shakespeare e Shalley. Já Shakespeare, como um bom romântico atordoado, não cantaria essa canção.
Não sou discípula do Jazz, mas cresci como qualquer jovem fruto do final dos anos 80, sibilando U-u-u-u-u-u-u-u-u, e lá vai u-u-u-u-u-u-u. O maestro Mc Ferrin, nascido na mesma época em que o guru Baba se intitulou deus, hoje com seus dreads razoavelmente grisalhos, ao que parece, insiste em reafirmar a sua raiz musical sempre que tiver oportunidade. Em suas apresentações nos próximos dias 26 e 30, no Teatro Municipal, diz esperar que ninguém o peça para cantar esse Hit. Uma vez que seus amigos do Jazz disseram que depois do grande sucesso, ele havia os abandonado. Militantes do Jazz, declaram firmemente que a verdadeira inspiração é consequência do improviso. Improviso esse que vem sendo considerado corrompido pela nova geração musical. Ser surpreendido por um legítimo cantor de Jazz, é tudo que o público simpatizante e defensores armados dos pés à cabeça, esperam. Eu acho.
Felizmente ou infelizmente, essa canção já virou um clássico que rege comportamentos, direciona deprimidos e engana o todo resto. Musiquinha tema de comerciais da Coca-cola, Mc Donalds, Santander e Brastemp. Mandando todo mundo não se preocupar e ser feliz. Ok, Bob. Eu consigo entender você. Agora fica esperto! Espero que essa experiência te ajude a ter mais discernimento antes de sair por aí copiando frases de cartazes, escritas por gurus espirituais que lêem Shakespeare. Defendo Shakespeare, mas dentro da minha ignorância sobre o Jazz, não acredito haver harmonia entre os dois.
Ah, se eu fosse ao show do Bob, com certeza gostaria de ouví-lo cantar Here's a little song I wrote. Mas pra desmistificar essa lenda de que Mr. Mc Ferrin só ficou conhecido por causa do hit Don't Worry, compartilho uma de suas criações com alfaces crescendo por todos os cantos e uma letra que mais parece ter sido escrita por uma pessoa que acabou de fumar um baseado. Bob fora de órbita. Mas com a sua voz incrível, incomparável e estupidamente maravilhosa. É de preencher qualquer ouvido: Say Ladeo.
Amora.
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