
domingo, 31 de julho de 2011
Minha caminhada ainda não terminou - Pt.2

sexta-feira, 29 de julho de 2011
Minha caminhada ainda não terminou - 1.
-Liandra, 3 anos-
Era um palhaço.
Hoje foi meu último dia com as crianças. Passei uma semana inteira com elas. Entre brincadeiras e muitos "separar de brigas", eu só pensava numa coisa: "Que saco ter que deixar vocês!" Há um ano eu arrumava minhas malas outra vez. Lembro de ter deixado meu guarda-roupas apenas com os cabides, um vestido preto e umas caixas que guardam coisas do meu passado. Coisas que ainda não tive coragem de jogar fora. E eu arrumei as malas com gosto! Isso porque eu estava seguindo em direção a realização de um sonho. Não havia nada mais que eu quisesse tanto em agosto de 2010 do que vir para a Jocum e iniciar uma carreira que mudaria completamente a minha vida.
Lembro da minha mãe chorando e do meu pai vindo me trazer em São Cristóvão. Lembro do meu 1º dia na casa e de cada detalhe. Eu estava tão, tão, tão feliz que seria capaz de contagiar qualquer pessoa. Nada era mais importante do que esse novo começo. A minha disposição em enfrentar qualquer barra que viesse, era maior do que eu podia imaginar. Priscila, lembro de você me recebendo no quarto e me perguntando se eu ia querer a cama de cima ou a de baixo. E então, de repente, eu estava bem. Afinal, era tudo que eu mais queria!
Daí eu vi as crianças pela 1ª vez. Naquele dia, eu tinha certeza de que passaria a gostar mais delas do que de qualquer outra coisa que fosse importante para mim. E gostei, viu? Bel me disse:
- Você precisa conquistar a confiança delas, Aline.
Conquistei, ensinei, amei, brinquei, chamei atenção e o mais legal: o que eu aprendi com elas em um ano, não troco por nenhuma outra experiência adquirida dentro de uma sala ou em um livro. Para sempre, não. As crianças tem um dom de ensinar com a vida, com o jeito, com a verdade, com a inocência, com a azeda transparência e toda a generosidade do mundo. Elas são tão parecidas com Ele, que te faz todos os dias querer ser uma pessoa melhor. Criança não tem nojo, não mede e não separa. Criança confia, acredita, tem esperança, vê luz em tudo e em todos. Criança reparte, te beija, te conforta e te faz rir. Criança imagina, inventa com o pouco, não compete e sabe perdoar. Criança não ignora, respeita as diferenças e gosta de você do jeito que você é. Ela não vê se você está calçado ou se usa perfume. Ela não se importa se você sabe falar bem ou se você não tem grana. O amor de uma criança é amor de verdade. Ela gosta de verdade. É amiga de verdade. A proteção dela por você, está além da força física, o que ela nem tem. Essa proteção está guardada e ela acredita com todas as suas forças, que realmente pode exercer cuidados sobre a sua vida.
Criança não se preocupa com o que os outros estão pensando. Não tem medo do futuro. Não ficam ansiosas e nem preocupadas. Não há mal propósitos no que fazem. Há uma vontade que nossa mente não alcança, de ser aquilo que são. Sem expectativas ou ressentimentos. Elas são a melhor coisa do mundo e mais do que nunca, me fizeram entender Deus. Nesse tempo, eu aprendi que não há nada que eu faça de tão grandioso, afim de chamar a atenção delas, que seja mais legal do que uma simples hora sentada na calçada jogando conversa fora. Ouvindo o que elas tem a dizer e vivendo cada dia, como únicos que, de fato, são.
VIVER AQUI NO TUIUTI FOI A MELHOR COISA QUE ME ACONTECEU!
Não há nada nesse mundo mais precioso do que compartilhar a sua vida. Eu posso ter conhecido pessoas e ter aprendido coisas novas com essas pessoas. Posso ter dado com a cara no chão, ter chorado, ter errado e ter me arrependido. Ou não. Posso ter gostado, ter ignorado, ter voltado atrás e ter tentado outra vez. Eu conheci novas palavras, novas músicas, novas posturas. Encontrei e reencontrei corações especiais. Vi drogados de perto. Vi meninos vivendo na rua de perto. Vi pessoas em estado de degradação total da dignidade. Vi meninas se prostituindo. Vi traficantes vendendo drogas. Vi gente armada até os dentes. Vi gente sendo humilhada. Vi mulher apanhando. Vi gente morta na rua. Eu vi a vida passar...
Fiz pouco.
Eu entendo que ir para a Universidade hoje, representa um tempo que precisa ser cumprido em minha vida. E vou cumprir! Arrumar as malas, ainda que a faculdade seja um outro sonho, não tem (nem de longe) o mesmo gosto que teve quando fiz isso o ano passado. Eu tô indo embora e deixando grande parte do meu coração aqui. Mas apesar de ser assim, eu estou em paz. Tudo fica muito pesado quando não se vê propósitos. O meu maior desejo é que a mesma garota que há 8 anos descobriu o que veio fazer no mundo, continue a olhar pra vida com aquela velha esperança, ainda que seja difícil. Ainda que outros caminhos. Ainda que a dor....
Bem... depois eu continuo. É demais pra mim. =(
quinta-feira, 28 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Por tudo que há

quinta-feira, 21 de julho de 2011
Ô, tia!

Bob, não se preocupe!

quarta-feira, 20 de julho de 2011
Eu também acredito
BG. Bem, quanto ao cristianismo e quanto a ser um verdadeiro crente… sabe, acho que o que existe é o corpo de Cristo. Isso vem de todos os grupos cristãos ao redor do mundo, e de fora dos grupos cristãos. Acho que qualquer um que ama a Cristo, ou conhece a Cristo, é membro do corpo de Cristo quer isso seja consciente ou não. E não acho que veremos um grande avivamento que irá levar o mundo inteiro aos pés de Cristo. Penso que Tiago, o apóstolo Tiago no primeiro concílio em Jerusalém, tenha dado a resposta quando disse que o propósito de Deus para esta era é chamar um povo para levar o seu nome. É isso que Deus está fazendo hoje: chamando do mundo pessoas para levarem o seu nome, quer essas pessoas venham do mundo muçulmano, do mundo budista, do mundo cristão ou do mundo agnóstico; são membros do corpo de Cristo porque foram chamados por Deus. Pode ser gente que nem mesmo conhece o nome de Jesus, mas sabe em seu coração que carece de algo que não tem, e segue a única luz que tem. Penso que esses sejam salvos, e estarão conosco no céu.
RS. O quê? Estou ouvindo você dizer que é possível que Jesus Cristo entre no coração e na alma e na vida de um ser humano, mesmo quem nasceu nas trevas e nunca foi exposto à Bíblia? Essa é a interpretação correta do que você está dizendo?
BG. É sim, porque é nisso que acredito. Conheci gente em diversas partes do mundo que vive em situações tribais, sem nunca ter visto a Bíblia ou ouvido a respeito da Bíblia, sem nunca ter ouvido de Jesus, mas que cria em seu coração que há um Deus e procurou viver uma vida distinta da comunidade que o cercava e em que vivia.
RS. Estou profundamente emocionado de ouvir você dizendo isso. Há uma largueza na graça de Deus.
BG. Sem dúvida. Definitivamente há.
Billy Graham
em entrevista com Robert Schuller, 31 de maio de 1997
Viajar ao redor do mundo e conhecer o clero de todas as denominações ajudou a moldar-me num ser ecumênico. Estamos separados pela teologia e, em alguns casos, pela cultura e pela raça, mas essas coisas não significam mais nada para mim.
Billy Graham
U.S. News & World Report, 19 de dezembro de 1988
Peguei na Bacia.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Porque eu excluí meu Facebook e meu Twitter. Outra vez.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Deu a louca no Lobo mau

sábado, 11 de junho de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
A poesia que Cristo nunca escreveu

Houve um tempo em que os poetas deram a felicidade por perdida, e a trataram como uma genuína fantasia que atravessaria décadas. Fernando Antônio Nogueira Pessoa foi um dos que revelou em seus livros, que até mesmo a dor que se sente não passava de um fingimento, e que, em outro tempo, ser feliz exigia valentia.
Recentemente fui à uma exposição que aconteceu num centro cultural de minha cidade. Denominada “Fernando Pessoa, plural como o Universo”, a belíssima mostrava a multiplicidade da vida e da obra do escritor português, que não me convenceu dentre tantos encantos e sentimentalidades, de que seu afeto pela felicidade, havia muito tempo, estava corrompido. Saí de lá na companhia de alguns amigos e pensei: Acho que Fernando Pessoa nunca foi feliz.
Nunca é muito tempo, mas o poeta versa com qualquer sentimento. Ele ama e sofre na mesma estrofe e intensidade com que desama e é desventurado. Tem uma indiscutível capacidade de nos fazer acreditar em seus opostos. Não se sabe a constância do que ele sente. Seus versos estão sempre ao inverso. Na mostra, andei entre corredores que expressavam as mais íntimas e profundas declarações do homem considerado um enigma, que traduziu toda a sua crise com a verdade e a existência, mostrando através da poesia que o seu contentamento com a vida dependia completamente da sua inclinação para imaginar: "Viver não é necessário. O que é necessário é criar."
Pensando em felicidade, cresci num bairro pequeno de vizinhos quietos. Todos os dias, quando criança, saía às ruas para brincar com os filhos desses vizinhos quietos. Nós ríamos uns dos outros e ao tardar o dia, cada um voltava para suas casas. Eu sabia que nem todos iriam encontrar em seus lares o que gostariam. Mas nas horas em que estávamos juntos, isso era o que menos importava. O essencial para nosso grupo de meninos descalços, era o tempo onde iríamos compartilhar e celebrar essa verdade e existência, coisas que na época, não era difícil para nós. As crianças são os mais sinceros e felizes de todos os seres humanos. Ainda que vivam em circunstâncias desfavoráveis, fazem questão de nos ensinar a olhar além do que nossos olhos podem alcançar. Quando Cristo estava perto dos pequeninos, não usava outro exemplo mais puro e sublime do que seus corações. Ele tinha prazer no louvor deles e na fiel expressão da alegria que contagiava a todos, ainda que fosse diante do medo e insegurança. A criança sabe considerar como a vida é preciosa. Elas são, sim, a melhor poesia de Cristo.
Diferente de Fernando Pessoa, Jesus não escreveu uma poesia repleta de incertezas e hesitações. Não precisou de heterônimos para ajudá-lo a se manifestar e dizer coisas de amor. De um amor tão instável e tão cheio de covardia. Na poesia de Cristo não existiu fraqueza. Não existiu mistérios e nem fingimentos. Ele justificou através da vida de pessoas tão pequenas, que ainda que estivesse chutando mesas e cadeiras, ainda que o povo se sentisse atraído a padecer em tristeza, ódio e decepções, era o perfeito louvor que saía da boca das criancinhas que iria cativar corações ao seu completo cuidado.
Numa das salas da exposição, havia uma mesa com dezenas de seus livros. Eram as mais diversas capas e traduções. Enquanto sentada, olhava ao meu redor. Percebi que alguns ali liam cada linha com deveras cortesia e delicadeza. Escritores, estudantes, admiradores e curiosos foram contemplados pela grandeza de um dos maiores poetas que já existiu. Pelo absurdo de tamanha harmonia entre as palavras e a sua triste história que a mim deixou evidente as aflições de um homem sofredor, iludidas pelas alegrias de alguém apaixonado pelo que fazia. Otávio Paz, um poeta mexicano, vem dizer que na vida de Fernando “Nada é surpreendente. Nada, exceto os seus poemas". Eu digo que na vida de Cristo, tudo é surpreendente. Inclusive os seus poemas. Exceto o que ele nunca escreveu.
ALINE MOREIRA.