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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Parei de Cirandagem.

Quem passa por ali faz descaso cultural.
Coisa de Brasil de quem é cara-de-pau..
Goteira não é som pra quem gosta de dançar.
Nem bacia bateria pro carioca sambar.
Tem grade feito cela, uma cadeia alimentar.
Estou partindo daqui. Me liberando pra viver.
Tem cidadão que é malandro, se acomoda com o que vê.
O senhorio do espaço só quer assenhorear.
Cruza as pernas na mesinha, numa salinha de bar.
Seu prazer é importado, seu bolso sedução.
O cinema é la carte. Isso é educação.
Onde fica nisso tudo meu sonho de ser doutor?
O cifrão que ofereço vale mais que o sonhador.
Ci – Cida - Cidadania.
Foi isso que aprendi, tenho que anunciar.
Costume rezadeiro, falta de pecador.
Sou homem Forasteiro, fiel desbravador.
Respeito faz parte, globo civilizar.
Urbano, cortês, armadilha.
Tem gente que reclama, quer tudo exemplar.
Tem o tolo aflorado que nem passa por lá.
Bonito, eu quero, lugar para entreter.
Afinal sou artista... O que posso fazer?
Cabeça entulhada sem imaginação.
Para me tirar desse tédio, só reconstrução.
Por favor, curem logo o meu pão de cada dia.
O pincel já está seco, isso é muita covardia.
Meu prazer depende disso, eu nasci para pintar.
Porque se gota fosse história, tinha muita para contar.

-SDG-

Aline Moreira – 31 de Dezembro.

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