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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Simplório

No chão que eu pisava enquanto era terra,
Tinha boi, seresta e seringal.
Via Marias por todos os lados, de costumeiro o lenço atado.
Crianças correndo pelo cafezal.
O tardear vinha junto da prosa.
O tempo contava ao sino bater.
A mãe gritava o menino na porta: folia, trovões. Corre e vem vê.
No meu engenho aprendi a seara.
E lá na roça a minha certidão.
A ceia bem no fim do dia trazia alegria pro povo sertão.
O violeiro da cidadezinha
Fazia de cada porteira o seu lar.
Musicava fremente a vida,
Frenesi passarinho a piar.
O balanço em corda ligeira
Era asa e ensinava a voar.
Minha sombra, a alta palmeira.
E à noite, cortejo ao luar.
Riacho com sabor de ouro,
Banhava intenso quem lá a nadar.
Gentil o tempo calmaria
Simples vida pra quem sabe amar.
Quando chega ao fim da trampeira.
Cada um guarda seu coração.
E espera deitado na rede.
Novo dia, luzeiro e canção.

Aline Moreira – 01 de janeiro de 08.

“Para Danielle... Por sua simplicidade e delicadeza com a vida...
E todos os viventes.
Je`taime!”

Um comentário:

Anônimo disse...

bm legal......

mostra bm o jeito simples de ser do interior


admiravel o seu talento

beijo